Caso “João Bosco”: governo proíbe delegado de dar entrevista

O assassinato do empresário João Bosco envolve possível esquema de propina dentro da Secretaria de Educação

O delegado Murilo Tavares, da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa – SHPP, responsável pela investigação do Caso João Bosco, está proibido de falar com a imprensa após a revelação de que o crime envolvendo o vereador Beto Castro pode ser o fio da meada de um esquema de pagamento de propina na Secretaria de Educação do Governo Brandão.

O crime aconteceu no último dia 19 de agosto, em frente ao edifício Tech Oficce, no bairro Ponta D’Areia, em São Luís, e o delegado Murilo Tavares vinha falando a respeito do caso junto à imprensa. Na última segunda-feira (29) até gravou uma entrevista para a TV Difusora.

O acusado do crime, Gibson César Soares Cutrim, se entregou à Polícia, prestou depoimento no mesmo dia, segunda (29), à tarde, e contou que vinha sendo pressionado a pagar propina pelo recebimento de um pagamento da SEDUC que foi intermediado pelo vereador Beto Castro.

Nesta terça-feira (30), uma novidade sobre o caso foi revelada pela imprensa. Dados do Portal da Transparência mostram que, poucos dias antes do crime, a SEDUC fez todo o pagamento do valor devido à empresa SH Vigilância e Segurança Eireli, que estava esperando desde 2014. O processo foi realizado em tempo recorde. Em apenas 24h.

Pagamento que teria sido intermediado

Foi a partir daí que o assassino confesso passou a receber, segundo o depoimento, pressão da vítima e do vereador para fazer o repasse de uma comissão que, inicialmente, seria de 30%, mas, havia subido para 50% depois que o pagamento foi feito pela SEDUC.

Com esse novo fato, o delegado foi procurado novamente para falar sobre o caso e chegou a agendar com a equipe de TV. No entanto, cancelou a entrevista, porque foi “orientado” por seus superiores a não mais falar sobre o assunto.

Do mesmo modo, a reportagem tentou ouvir o Governo Brandão e a Secretaria de Educação, e também o vereador Beto Castro, mas ninguém se manifestou.

O delegado Murilo Tavares, responsável pelo caso, é lotado na SHPP, superintendência ligada à Secretaria de Segurança Pública do Governo do Maranhão.

O caso envolve um vereador aliado do ex-governador Flávio Dino e do governador-tampão Carlos Brandão, ambos candidatos nas eleições deste ano. Um episódio como esse poderia cair como uma bomba neste momento. Então, o Caso João Bosco passa a partir de agora por uma Operação-abafa iniciada com a ordem para que o delegado não fale mais sobre o assunto.

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