Após 30 dias de inquérito, o aparelho ainda não foi devolvido à família
Apreendido para ser periciado, o celular de João Bosco ainda continua em poder da polícia e sem prazo para ser devolvido à esposa Eliza Maria.
O consórcio de imprensa formando por vários jornalistas e veículos, do qual faz parte este blog, tem investigado o caso e divulgado informações inéditas e exclusivas. Uma fonte revelou que João Bosco trocava mensagens de texto e até áudios com políticos importantes. Essas mensagens e áudios poderiam comprometer autoridades do mais alto escalão do governo do estado.
O blog do Gláucio Ericeira já havia revelado a participação de Bosco em atos de campanha de Carlos Brandão (PSB) e Flávio Dino (PSB), onde teria, inclusive, gravado depoimento para ser veiculado na propaganda eleitoral se não tivesse sido assassinado.
Empresário do ramo de alimentos, Bosco era fornecedor de cestas básicas, e tinha relação de amizade com Beto Castro, cabo eleitoral de Brandão e Dino.
As revelações da imprensa jogam luz na relação de João Bosco com políticos ligados ao executivo estadual, e seu celular se transformou em um arquivo importante guardado a sete chaves pela polícia.
No dia em que foi assassinado, João Bosco estava reunido com o secretário de Estado de Monitoramento de Ações Governamentais – SEMAG, Daniel Itapary Brandão, para tratar, segundo depoimento do autor do homicídio, Gilbson Cutrim, de propina pelo recebimento de um pagamento na Secretaria de Educação do Governo do Maranhão.
O caso passou a ser tratado pela polícia como se fosse um crime oriundo de um mero desentendimento por cobrança de uma dívida. No entanto, tem se mostrado muito mais complexo e com todos os 4 envolvidos ligados a uma teia de relações políticas anteriores ao crime de assassinato, inclusive o próprio autor dos disparos, conforme revelaremos em breve.
E essa teia de relações está sendo exposta pela imprensa, enquanto a polícia tenta omitir, na melhor da hipóteses. Pois recai a suspeita de que o sistema de segurança do estado possa estar sendo usado numa tentativa de proteção ao nome mais poderoso presente no dia do assassinato: o sobrinho do governador, Daniel Brandão.
A cúpula da segurança pública teria sido indicada para o governo do tio com influência do sobrinho. E o trabalho feito pela imprensa com informações ignoradas pela polícia pode chegar a um esquema grande de advocacia administrativa, tráfico de influência e associação criminosa dentro do governo.
Completados 30 dias, o inquérito de Nº 1832022 já poderia ter tido dois destinos: ser prorrogado ou remetido à Justiça. No entanto, o delegado Murilo Tavares, ao ser procurado, na tarde desta terça-feira (20) não respondeu a essa questão. Mas, ao passo que os fatos estão se desenrolando, é possível que o inquérito tenha sido prorrogado.