5 Secretarias do Governo Brandão envolvidas no caso de propina e morte de João Bosco

SEMAG, SEDUC, SSP, SEAP e SECOM direta ou indiretamente estão interligadas ao caso que envolve corrupção e assassinato

O empresário João Bosco foi assassinado no dia 19 de agosto, em decorrência de um desentendimento na cobrança de uma propina oriunda de pagamento recebido dentro de uma secretaria do governo Brandão. Antes de morrer, Bosco se reuniu com o vereador Beto Castro, o assassino Gilbson Cutrim e o secretário de estado Daniel Brandão.

O caso vem sendo investigado por um consórcio de imprensa, que vem revelando, passo a passo, detalhes do crime e a dinâmica anterior ao momento do assassinato, assim como o desenrolar dos fatos, que já envolvem 5 secretarias, de forma direta ou indireta. Veja:

SEMAG – Secretaria de Estado de Monitoramento de Ações Governamentais

O titular da pasta é o secretário Daniel Itapary Brandão, sobrinho do governador, envolvido diretamente no caso. Daniel esteve presente na reunião que tratou sobre a propina e acabou na morte de Bosco. Ele é citado, de um jeito ou de outro, em todos os depoimentos, e aparece nas imagens de câmeras de segurança que a polícia esconde. Daniel é parceiro de negócios do tio governador e uma das figuras mais influentes no governo.

SEDUC – Secretaria de Estado da Educação

Professora de carreira, Leuzinete Pereira é a titular da secretaria que liberou o pagamento no valor de mais de R$ 778 mil à empresa SH Vigilância, que gerou a cobrança de propina de 50% discutida na reunião antes do assassinato. Deve ter de responder pelo menos por improbidade, ao passo que tal pagamento, oriundo de “restos a pagar” do ano de 2014, não poderia sequer ter sido efetuado a uma empresa inapta, que não atende às exigências legais em termos de documentação, como certidões, por exemplo. Mesmo assim, o processo de empenho, pagamento e liquidação foi realizado em tempo recorde, num intervalo de apenas 1 dia.

SSP – Secretaria de Estado de Segurança Pública

O titular da SSP é Silvio Leite, coronel da Polícia Militar do Maranhão, cuja indicação teria tido, segundo bastidores da política, a influência de Daniel Brandão. Sob comando da SSP, está a SHPP – Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa, onde corre a investigação do caso João Bosco, sob responsabilidade do Delegado Murilo Tavares, que se submete na hierarquia da Polícia Civil ao delegado-geral, Jair Paiva, que também teria sido indicado para o cargo por influência do sobrinho do governador. Há diversos indícios de que a investigação possa estar tentando proteger o Daniel.

SEAP – Secretaria de Estado de Administração Penitenciária

Responsável pela SEAP, o secretário Murilo Andrade foi procurado para esclarecer informações postadas por um blog – que não faz parte do consórcio de imprensa que investiga o caso – dando conta de que o assassino confesso, Gilbson Cutrim, foi torturado dentro da cadeia, no curto espaço de tempo em que ficou preso. Um cidadão recolhido à cadeia está sob custódia do Estado, que por sua integridade física deve responder.

SECOM – Secretaria de Estado de Comunicação

Comandada pelo carioca Ricardo Cappelli, a secretaria não cumpre seu papel de comunicar. Todos os questionamentos formais dos veículos de imprensa e jornalistas que fazem a cobertura e a investigação são solenemente ignorados.

E, assim, direta ou indiretamente, já são 5 secretarias do governo Brandão que podem ser citadas quando se fala no caso de assassinato envolvendo cobrança de propina e a presença do sobrinho do governador e secretário de governo, Daniel Brandão.

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