Corrupção
Denúncias envolvendo a realização do carnaval da Prefeitura de São Luís poderiam expor possível esquema de corrupção e desvio de dinheiro público na gestão de Eduardo Braide. Já denunciado ao TCE, o pagamento de cachês a diversos artistas contratados foge da tabela habitual de cachês normalmente cobrados. Em um dos casos, foi até 3 vezes maior, alimentando a suspeita de superfaturamento. Outro fato estranho foi a contratação da escolinha “Juju e Cacaia – Tu és uma benção” como realizadora do carnaval. O processo foi cancelado após denúncias na imprensa.
Boi de piranha
Sem dó nem piedade, o prefeito de São Luís jogou na fogueira dois servidores da Secretaria de Cultura para tentar se livrar da responsabilidade sobre a contratação da escolinha. Braide demitiu a chefe de gabinete e o analista jurídico da Secult. Na sequência, o próprio secretário, Marco Duailibe, deixou a Cultura do Município, pairando sobre os servidores uma pesada suspeita de terem, por conta própria, comedido irregularidades na contratação da escolinha “Juju e Cacaia”
“Tu és uma benção”
Eduardo Braide tem uma característica conhecida: é um gestor centralizador. O prefeito é quem costuma dar a última palavra em tudo. Aliás, essa é uma reclamação constante feita por membros da sua equipe: a falta de autonomia. O prefeito se mete em tudo, causando, inclusive lentidão na tomada de decisões, afinal, tudo, tudo mesmo precisa passar pelas mãos de Braide. Assim, o prefeito sabia da contratação da escolinha, conforme a servidora exonerada declinou em entrevista a uma reportagem exibida na TV. Ou seja, para livrar a própria pele, Braide empurrou servidores da Secult ao papel de bodes expiatórios, tendo ele conhecimento de tudo.
Reincidente
A farsa do prefeito fica evidente com a informação de que não é a primeira vez que a escolinha “Juju e Cacaia” vence um processo de contratação da Prefeitura de São Luís. Desde o primeiro ano do governo Braide até agora, o instituto de ensino infantil já teve empenhados em seu favor mais de R$ 4 milhões já tendo recebido quase R$ 3 milhões pela suposta prestação de serviços, incluindo culturais. O instituto JuJu e Cacaia já mantinha negócios com a Prefeitura de São Luís e vinha apenas aumentando a “tacada”, que, desta vez, seria a maior: um montante de quase 7 milhões de reais para realizar o carnaval da capital maranhense, inclusive sendo responsável pelas contratações de atrações e montagens de estruturas.
Eita, eita, eita!!
Mas, pera lá! Se foi o Instituto Juju e Cacaia que venceu a chamada pública e deveria ser responsável pelo carnaval, qual foi a gambiarra legal que Eduardo Braide fez para realizar contratações e pagamentos, já que o processo com a escolinha foi cancelado? Ora, se o carnaval já vem sendo realizado e pago, pra que um edital para viabilizar R$ 7 milhões? Como foi paga a montagem da estrutura da Passarela do Samba, que também era objeto do contrato com “Juju e Cacaia”? E o Baile da Corte Momesca quem pagou e de que modo?
Eita em cima de eita!
Gente, por que os projetos culturais da Lei Paulo Gustavo não estão sendo pagos pela Secult?! O prazo era 31 de dezembro, sendo que a verba é federal e já está na conta desde o ano passado. Será que é esse o dinheiro que está sendo usado para pagar antecipadamente o pré-carnaval? Diante de tudo isso que está sendo exposto, há alguma providência prática por parte da Câmara? Ministério Público já se coçou?
Braide gate
Em seu último ano de mandato, Braide sequer conseguiu licitar empresa para cuidar da publicidade da prefeitura. Como em várias áreas da gestão municipal, a Comunicação se manteve através de aditivos, suplementação e dispensa. Pela terceira vez, Braide suspendeu o processo de licitação para a Comunicação num montante de R$ 25 milhões. A principal razão desta vez é o escândalo do caso “Juju e Cacaia”. Braide quer evitar mais desgaste.
Tirando de letra
O Colunaço do Cappêta teve acesso à informações de uma pesquisa qualitativa realizada para avaliar o impacto na imagem do prefeito decorrente do escândalo da escolinha de bairro contratada para o carnaval da prefeitura. Sabe o que impressiona nos resultados? As pessoas disseram que “o culpado de tudo é o secretário”, “isso é gente que ou estava roubando ou pretendia roubar dentro da secretaria”. Diante desses resultados, é possível que o prefeito saia incólume diante da opinião pública e nada do escândalo cole na imagem de Eduardo Braide em pleno ano eleitoral. Talvez, isso explique o fato de o gestor municipal ter jogado servidores da Secult aos tubarões e tente demonstrar que esteja cagando e andando para tudo isso.
Máfia de Anajatuba 2.0
O nome do prefeito de São Luís já esteve envolvido num caso de corrupção que ficou conhecido como Máfia de Anajatuba, com acusações de fraude em licitações em diversos municípios do interior do Maranhão, que gerou prejuízos milionários a dezenas de prefeituras. O esquema de desvios de dinheiro público tinha a participação, segundo o Ministério Público Federal e relatórios da Polícia Federal à época, do pai e de um assessor do então deputado Eduardo Braide. O caso ficou conhecido nacionalmente quando apareceu no quadro “Cadê o Dinheiro que Estava Aqui”, do Fantástico. O prefeito de Anajatuba, Helder Aragão, também ligado a Braide, foi cassado e preso por conta dos desvios. A suspeita é que a quadrilha relacionada a familiares, assessores e aliados de Eduardo Braide tenha faturado cerca de R$ 60 milhões ilicitamente. De algum jeito, o atual prefeito de São Luís saiu incólume, após, inclusive, garantir na Justiça a censura de blogs que noticiaram sua ligação política, familiar e de negócios com membros da Máfia de Anajatuba. “Eu vejo o futuro repetir o passado”.
Quieto
É impressionante como o deputado Duarte Jr. tem se mantido ao largo do escândalo envolvendo o carnaval da prefeitura de São Luís. O deputado vem tentando convencer que “mudou” já há algum tempo. A expressão é usada por assessores e babões mais próximo ao postulante ao cargo de prefeito, e, talvez, ficar quieto faça parte do esforço empreendido para mostrar que “já não é mais o mesmo”. Pode ser também apenas uma estratégia para não desgastar sua própria imagem e deixar que a imprensa e outros adversários do prefeito façam o papel de “bater” no assunto.
Caldo de piaba
A menos de 10 meses do pleito municipal, Duarte Jr. não consegue decolar nas pesquisas, enquanto o prefeito de São Luís cresce na intenção de votos para reeleição e mantém alto indicie de aprovação. O cenário é desanimador para Duarte e seus satélites. Com dificuldades para furar o teto que alcançou na intenção de votos, Duarte pode disputar a eleição apenas para manter ocupado o espaço conquistado, sabendo que vai perder mais uma, mas se mantendo na fila.
Cosa nostra
Nada mais emblemático do que o nome de Mariana Braide Brandão Carvalho, sobrinha do governador do Maranhão, cogitada para ser vice de Eduardo Braide. Num estado onde os mais altos cargos da política e do judiciário são ocupados não por pessoas, mas por sobrenomes, pouco importa qualquer qualificação, formação, habilidade. Basta ter sobrenome. Neste caso, peso dobrado, afinal, são dois sobrenomes da mal fadada capitania maranhense: Braide e Brandão. Tudo em casa, tudo em famíglia, tal qual acontece numa tradicional máfia daquelas que se vê em filmes
Pra encerrar
Da série “tuítes que envelheceram mal”