Fora d’água?
A maioria dos políticos remanescentes do dinismo não compareceu à convenção do candidato Duarte Jr. No entanto, a ausência mais notada foi a do vice-governador petista. Felipe Camarão, que chegou a ser anunciado como coordenador de campanha de Duarte, fez questão de ser fotografado rezando numa igreja no exato momento do evento, e, no dia seguinte, postou indireta em sua rede social: “cada um com suas escolhas”. Após as especulações sobre as razões da ausência, o Colunaço teve acesso ao que rolou nos bastidores e a razão da ausência de Felipe.
Vetado
Comparecer à convenção de Duarte seria um momento de humilhação para Felipe. Mais um a ser imposto pelos Brandão ao vice. Marcus Brandão, chateado com os últimos acontecimentos envolvendo Camarão, determinou que não haveria espaço de fala para Felipe no palco do evento. Se comparecesse, Felipe talvez até passasse mais uma vez pelo constrangimento de ser barrado, como ocorreu na última visita de Lula ao Maranhão. Por telefone, o próprio Duarte comunicou Camarão da decisão, dando a desculpa de que apenas poucas pessoas fariam o uso da palavra. Uma bela desculpa esfarrapada. Como não conceder fala ao vice-governador num evento desses, em que políticos menos importantes pegaram no microfone?
Persona non grata
Entre os acontecimentos que estão tirando os Brandão do sério com Felipe, está a refugada do vice, que aceitou e depois deu pra trás na missão inglória de ser coordenador de campanha de Duarte. “Depois disso, ainda querer subir no palco pra falar? Não vai, não”, teria dito Marcus Brandão, que preferiu dar destaque à presidente da Assembleia no evento. Outro fato em voga é o comando da Secretaria de Educação, que Brandão quer tomar de Felipe, que resiste. Entremeados ao imbróglio político de Márcio Jerry com os Brandão em Colinas, os fatos envolvendo Felipe no governo estão colocando o vice na mira de fogo – ou de água – de Marcus Brandão.
Dentro d’água
Chamou atenção um discurso do irmão do governador em relação à disputa eleitoral na cidade de Colinas, onde Márcio Jerry tem o irmão como pretendente ao cargo de prefeito contra um candidato da familia Brandão. Referindo-se a uma pesquisa que aponta vantagem de seu candidato, Marcus Brandão disse que “adversário quando está se afogando, a gente liga a água pra terminar de matar”. Pra quem achou um absurdo a declaração, o Colunaço tira a peneira que tapa o sol: Marcus apenas explicitou o que é praxe na política. Sem nenhuma hipocrisia, a fala dele traz à tona a realidade escondida em discursos enfeitados de retórica, bonitos e polidos, mas, com ações reais envenenadas e traiçoeiras. Márcio Jerry et caterva provam do próprio veneno afogados pelas águas dos Brandão, com a retirada de espaços no governo e o encurralamento político paulatino. Habla, Marcus. Es hablar y lavar el alma.
Cavalo selado
A disputa eleitoral de 2024 é a melhor chance que Duarte Jr. terá para ganhar a eleição de prefeito em São Luís. Um cenário como este jamais se repetirá. Com uma ampla frente de partidos, da Direita à Esquerda, de bolsonaristas à lulistas, Duarte tem o maior tempo de propaganda e mais recursos para a campanha; com apoio do Palácio dos Leões, da presidente da Assembleia, do presidente da Câmara, de uma senadora, inúmeros deputados federais e estaduais, ele agrega uma força política descomunal; sob coordenação do irmão do governador, a campanha de Duarte cooptou lideranças abandonadas pelo prefeito Braide nos bairros de São Luís. A montaria só tem um defeito: o próprio cavaleiro. Duarte Jr. é a peça que pode fazer o cavalo selado virar um pangaré.
Invencível
O coordenador de campanha de Duarte Jr. não faz segredo: “não tem como eu perder essa eleição de São Luís”. Essa frase, ipsis literis, tem sido expressa por Marcus Brandão, presidente estadual do MDB – que faz parte da coligação de Braide -, mas, que aceitou o posto de coordenador do candidato do PSB. Algo dito assim até soa arrogante. No entanto, o que há por trás de tanta confiança é a estratégia montada por Marcus, que, sim, tem possibilidade, maior ou menor do que ele imagina, de garantir uma vitória em São Luís contra Eduardo Braide. Se fosse por critério de planejamento e organização, o prefeito de São Luís perderia a eleição. A campanha de Duarte está estruturada, organizada e com gente que sabe como se joga o jogo. Te cuida, Braide. No primeiro turno, a coluna já aposta que não leva. E, se vacilar, nem no segundo turno.
Lanterna dos afogados
Escanteados nos projetos do governador Carlos Brandão, aos políticos que sobraram do governo Dino no Maranhão resta exercer o jus sperneandi pra tentar garantir algum futuro com sobrevivência política. Os dinistas, abandonados à própria sorte por Flávio Dino, se reuniram com o candidato Duarte Jr. que encontra-se, diferente deles, rendido ao governador. Na expectativa de se sentirem parte do projeto, dinistas mantém-se afastados o suficiente para não demonstrar conivência com o projeto político brandonista, mas perto o bastante para garantir que não percam as benesses governistas e o seu quinhão, ainda que pequeno, em caso de sucesso. Tá escuro e ninguém lhes ouve; a busca é pela luz no túnel dos desesperados. A água já bateu na bunda, tá passando da cintura e tem gente abrindo mais torneiras de água. Prepararem o cilindro de oxigênio pois a água vai subir.
DeUsARTE
Conhecido por ser antipatizado pela classe política, e ser um político desagregador, em discurso na convenção, o deputado federal Duarte Jr. disse que “existe um Duarte do Velho Testamento e o Duarte do Novo Testamento” referindo-se ao quanto teria mudado. A declaração é um tanto paradoxal. Primeiro, porque só agora ele admite o próprio comportamento escroto, quando se refere ao tal Velho Testamento. “Eu era um escroto”. Segundo, ao dizer que não é mais escroto, que seria o Novo Testamento, Duarte apenas tenta se livrar da pecha de escroto e não mudou coisa nenhuma. O que seria plausível para o tanto que ele é escroto, é o fato de fingir que deixou de ser. E finge apenas com o intuito de alcançar seus intentos. Mas ele sempre foi assim quando precisa de ajuda. O que, então, continua sendo muito escroto. E olha que a coluna nem entra no mérito da analogia utilizada por ele.
Água fria
Um dia após realizar uma convenção partidária gigante, a campanha de Duarte Jr. foi impactada por pesquisa de intenção de voto mostrando que Eduardo Braide segue na dianteira da disputa eleitoral e o rebento de Flávio Dino, estagnado. De acordo com o instituto Data Ilha, o prefeito de São Luís pode se reeleger, a depender do cenário, em primeiro turno e teria vitória certa em caso de segundo turno. Seguindo o script, o bando ligado a Duarte Jr. passou a tentar descredibilizar o levantamento. Tudo normal.
Fogo amigo?
O que é estranho – ou não – é o fato de que o Instituto Data Ilha é ligado ao PC do B, partido que está no hall de apoiadores de Duarte. Qual seria o interesse de manipular números e cenários em favor do principal adversário eleitoral de Duarte? Ou o cenário é verdadeiro e o Data Ilha, mesmo com estreitas ligações comunistas, bancou a responsabilidade de divulgar dados reais; ou estaria o Instituto disparando contra o projeto de Duarte demonstrando que o comunismo tem lá suas ações sorrateiras, jogando a pedra e escondendo a mão. Então, o bando de Duarte tem que decidir onde quer colocar o Data Ilha. Tudo de acordo com a conveniência, tipo aquela que transformou Duarte em 2020 em “candidato do partido da base do Bolsonaro”.
Falando nisso
Em 2022, o então secretário de comunicação do governo Dino, o caloteiro Ricardo Cappeli, armou um movimento para jogar a pecha de bolsonarista em Weverton Rocha que era candidato a governador com apoio e vice do PL. Era conveniente. A canalhice política, no entanto, é tão grande, que o “cachorrro” de Flávio Dino agora não late. Um dos maiores entusiastas da campanha de Duarte, Cappeli enfiou a língua no orifício corrugado e não dá um pio sobre o PL no palanque de Duarte. Weverton era bolsonarista com o PL; Duarte é coalisão para vencer Braide. Vai se lascar, filho da fruta!
Sobre pesquisa
O Instituo Data Ilha averiguou que a aprovação do governo Brandão é pífia. Apenas 19% dos entrevistados acha que o governo Brandão é ótimo ou bom. Com a maioria esmagadora opinando que o governo é péssimo, ruim e regular, quase 40% ainda acha que Brandão não tem personalidade de gestão e o governo dele ficou igual ao anterior, enquanto mais de 30% acha que piorou. Para metade dos entrevistados o governo não é aprovado.
Make
Só um doido pra dizer que o viaduto Bacabeirinha não ficou uma belezura depois do paisagismo feito pelo governo do estado. Há um preciosismo na execução ao ponto de não ter ficado exposto nem um pedacinho do concreto do ridículo paredão erigido numa técnica de construção arcaica. Mas, sim, tá muito bonito, um verdadeiro cartão postal para cidade.
A questão é que se trata de uma maquiagem, bem feita, mas, ainda assim, uma maquiagem. Sem manutenção, logo poderá se transformar em um trambolho cheio de mato. Não é uma obra prática. Requer manutenção permanente. E, a julgar pelas praças e espaços públicos abandonados, Bacabeirinha cedo ou tarde perderá a maquiagem, porque é uma obra feia por natureza.
É fantástico
Paula da Pindoba tem mais um pedido de afastamento, desta vez por fraude milionária na Saúde, feito pelo novo promotor da cidade de Paço, totalizando 3 afastamentos. Já pode pedir música no Fantástico, e, no próximo, teremos Galvão Bueno gritando: é tetra, é tetra, acabou, acabou. Por favor, leia de novo a última frase, agora gritando com a voz de Galvão Bueno.