Braide vence eleição em 1º turno
Com alguma variação, essa deve ser a machete de blogs e jornais ao fim da apuração neste domingo, a não ser que todas as pesquisas estejam contaminados com algum vício grave de metodologia e não tenham conseguido aferir, de fato, a intenção do eleitorado ludovicense, ou que tenha havido alguma mágica na madrugada para mudar radicalmente o cenário eleitoral. Mesmo com apontamento de queda de intenção de voto do prefeito e a subida de alguns concorrentes na última pesquisa divulgada, a eleição parece que se resolverá em um turno.
Salto alto
Desde antes de a campanha iniciar, era comum ver e ler gente ligada a Duarte dizendo que iria desbancar Eduardo Braide. Não se sabe de onde tiraram tanta confiança, mas, a coordenação de campanha arrotava que não haveria chance de perder. Neste domingo, amanheceram pedindo a Deus, de joelhos, rezando e orando para que haja segundo turno. A jornada de Duarte iniciou eliminando todos os possíveis candidatos alinhados ao governo para sobrar somente o garoto Procon e transformar o pleito num plebiscito, mas chega ao fim torcendo para que outros candidatos da disputa subissem na intenção de votos para proporcionar um segundo turno. Alguns diziam, em relação a Braide, que a soberba precede a queda. Enxergaram a soberba do adversário, ignoraram sua própria soberba. Chegou a hora da queda.
Quêde ou cadê?
Onde estavam os apoiadores de Duarte Jr. durante toda a campanha? Nem mesmo o principal fiador da candidatura de Duarte esteve presente. O governador Brandão participou de inúmeras carreatas de seus candidatos no interior do estado; há diversas postagens em suas redes sociais de atos em apoio a outros candidatos; só não há sobre Duarte. Com todos e sem ninguém, Duarte não esmoreceu, mas, o que fizeram com ele foi covardia. Nem mesmo os remanescentes do grupo esfacelado de Flávio Dino encamparam a luta do garoto Procon. Não adiantou ter 13 partidos, o maior tempo de TV, “apoio” de uma senadora, do governador, dos presidentes de poderes legislativos estadual e municipal. Apenas vereadores a soldo fizeram movimentos na campanha. Duarte esteve sozinho e tem todo o mérito do resultado que obtém neste domingo.
Concorrência e deslealdade
Há uma explicação para que Duarte Jr. tenha sido abandonado pelos seus “amigos”, companheiros do ex-governo comunista. O caminho político natural de Duarte é sua reeleição como deputado federal em 2026. Para alem de não suportarem o garoto Procon, os “descendentes” do dinismo temem por suas próprias barrigas. Duarte é um concorrente muito forte em 2026 e ninguém pensa em alimentar cobra pra ser comido por ela. Sem a máquina governista, disputar a eleição e/ou tentar renovar mandato em 2026 sem os cofres e o poderio estatal não vai ser tão fácil como em 2018 e 2022. Duarte já demonstrou que tem vida própria na política, apesar de usar reiteradas vezes em seu favor o quinhão que Flávio Dino lhe deu de presente e foi mantido por Brandão no governo do estado. Votos oriundos da estrutura Viva/Procon são limitados, Duarte tem vida política para além. Eles, não. Não têm mais nem espaços no governo nem votos orgânicos. Por isso, foram desleais e abandonaram Duarte. Desertores.
Credor e devedor
De modo sútil, porém, perceptível aos mais atentos, Duarte deixou transparecer como anda seu sentimento em relação à Brandão. No último debate televisivo, o governador e seu governo foram criticados, de modo duro e intenso algumas vezes, sem que o candidato do PSB esboçasse qualquer reação de defesa. E isso já havia ocorrido noutras ocasiões, sendo solenemente ignoradas por Duarte. É verdade que na relação Brandão/Duarte o deputado é devedor ao governador, mas, parece que a cota de gratidão foi exaurida à medida em que um foi abandonado pelo outro à própria sorte na campanha.
Compra de voto
Em 21 de julho de 2024 o Colunaço avisou: as consultas oftalmológicas realizadas com emendas parlamentares de Duarte Jr. estavam sendo usadas como ferramenta de promoção do candidato a prefeito. O Colunaço avisou: os óculos seriam entregues na semana da eleição para “comprar” o voto do eleitor. Não deu outra. Neste sábado, véspera de eleição, veio à tona a informação de que havia filas no Procon, órgão comando pela advogada Karen Barros – esposa de Duarte -, para recebimento dos óculos. Ação eleitoreira, com viés de captação de sufrágio através de vantagem para o eleitor, só que com uma pelicula de legalidade, mas, sim, compra de voto se enxergada pela luz da legislação eleitoral. Quem recebeu os óculos reclamou da péssima qualidade do produto. Reveja abaixo a postagem do Cappêta:
Corrupção
Um áudio que rola em grupos de zap dá uma ideia de como tem sido a eleição de vereador em São Luís a cada pleito. No arquivo, uma voz masculina informa que o vereador Marquinhos estaria oferecendo R$ 150,00 por voto. De acordo com o áudio, é possível perceber que o homem estaria ainda negociando: “[queria] saber se dá pra você firmar com essa quantia ou [fazer] uma proposta aí”. Comprando cada eleitor a R$ 150,00 seria necessário um montante de R$ 750 mil para obter 5 mil votos. É mais do que o salário de um vereador durante todo o mandato.
Máquina
É hoje o dia. Vamos descobrir como está a saúde de alguns candidatos a vereador bancados com estruturas públicas da Saúde, tanto estadual quanto municipal. As duas secretarias, já usadas no passado, mais uma vez têm candidatos da saúde na disputa pelo voto. O curioso é que sempre falta saúde a estes quando mudam os governos. Não raro, as campanhas são regadas a assédio eleitoral nessas secretarias.