Órgão de defesa do consumidor poderia, mais uma vez, estar sendo usado politicamente em favor de uma candidatura nas eleições deste ano
É de causar estranheza o fato de, às vésperas do início do período vedado, em pleno período de pré-campanha, o Instituto de Promoção e Defesa do Consumidor do Estado do Maranhão (Procon) fazer a contratação da empresa D’Lord Comércio LTDA para o fornecimento de cestas básicas.
O valor do contrato é de R$ 368.854,40, publicado apenas nesta terça-feira (05) no Diário Oficial do Estado, mas tendo sido realizado no dia 17 de junho.
Enquanto fecha os olhos para problemas graves sobre os quais deveria atuar – como a crise no serviço de ferry boat e os preços dos combustíveis agravado pela não redução do ICMS no Maranhão -, o Procon, presidido pela advogada Karen Barros Duarte, poderia estar servindo politicamente a um projeto eleitoral.
Talvez isso explique o silêncio do órgão em relação a algumas questões que poderiam, caso atuasse com o rigor que lhe cabe, causar algum tipo de desgaste político a alguns interessados.
Talvez isso explique ainda o fato de o órgão abrigar tantos funcionários que atuam como cabos eleitorais do marido da presidente do Procon, o deputado estadual Duarte jr. (PSB).
Talvez isso explique o fato de o Procon adquirir cestas básicas às vésperas do período eleitoral, quando as cestas são utilizadas de forma eleitoreira e descarada na conquista de eleitores.
Talvez isso explique o fato da criação de mais 37 cargos comissionados no órgão, artifício muitas vezes utilizado para conquistar e abrigar aliados para as eleições.
Mas tudo isso, talvez. Porque o próprio deputado Duarte Jr. já foi acionado na Justiça sob acusação de usar o Procon com fins de se promover politicamente à época em que era presidente do Instituto.
Talvez todos os fatos sejam apenas fatos isolados. Só talvez.