O prefeito Eduardo Braide também anunciou gratuidade do transporte para o dia da eleição, sem cometer o erro de Brandão
A gratuitidade do transporte público no dia da eleição é muito bem vinda. Tanto o prefeito de São Luís quanto o governador-tampão anunciaram a medida, mas de maneiras diferentes.
Primeiro que, enquanto o Eduardo Braide informou à população de modo impessoal que o transporte de São Luís será gratuito, enquanto Carlos Brandão transformou o anúncio em algo de caracter pessoal, dizendo que foi ele quem autorizou a gratuidade nos ônibus semiurbanos da Grande Ilha.
Só na forma como o anúncio foi feito pelo governador já pode caracterizar abuso. Um dos princípios da administração pública é a impessoalidade. Ao anunciar a medida de modo pessoal, e ainda considerando sua condição de candidato, Brandão induz o eleitor a crer que está recebendo um benefício dado pelo candidato e não pelo governo.
Para além disso, o governador condiciona a gratuidade no transporte à apresentação do título de eleitor. Um documento sem foto e que, atualmente, sequer é exigido no local de votação, bastando que o eleitor saiba sua zona e sessão eleitoral e apresente qualquer documento com foto. A mesma exigência não existe no anúncio de transporte gratuito feito pelo prefeito de São Luís.
Há ainda algo a se questionar no anúncio de Brandão. Por que o anúncio vale apenas para a Grande São Luís, se há outras cidades, como Imperatriz, onde também há o transporte público semiurbano? Será que tem a ver com o fato de que na segunda maior cidade do estado e região em seu entorno o governador não está bem nas pesquisas eleitorais, atrás de Weverton (PDT) e Lahésio (PSC).
É preciso sempre um olhar crítico do eleitor. E o papel social da imprensa é alertar sobre o modo como os fatos se dão, pois nem sempre a maioria consegue perceber que, por exemplo, num caso como esse há o cometimento de mais um abuso de poder político por parte do candidato Carlos Brandão. Sútil e quase imperceptível aos olhos menos atentos. Ainda assim, existe.