Olho no lance
Escorraçado da Câmara de Vereadores de São Luís, o agora ex-vereador Wesley Sousa se diz vítima do “sistema”. É verdade que a política precisa de gente que pense como sempre fala Wesley. A política precisa ter mais pessoas com a origem como a dele. Mas, ele precisa lembrar que, como suplente, só assumiu o mandato porque fez acordo com o “sistema”, que é bruto e tende a aceitar apenas quem está disposto a se moldar a ele.
Rendido?
Wesley saiu do partido pelo qual concorreu em 2020 e foi para o PSB, pelo qual vai concorrer em 2024. Não há partido que mais represente o “sistema” no Maranhão atualmente. E é do partido do “sistema” o presidente da Câmara, envolvido na articulação de assunção e queda de Wesley; é do “sistema” o candidato a prefeito de São Luís que terá o apoio de Wesley; submetido ao “sistema”, a atuação de Wesley como vereador não teve olhos para os problemas de responsabilidade do seu companheiro de partido, o governador, na Capital, apenas para problemas de responsabilidade do prefeito, contra o qual Wesley já faz campanha.
Acordo descumprido?
O acordo para assumir vaga na câmara já mostra uma adequação ao “sistema”. Só que Wesley fez o acordo com o “sistema” para entrar no “sistema” e passou a criticar o “sistema” sem ser o “dono” do mandato. Em situação frágil, foi colocado pra fora pelo “sistema” do mesmo modo que foi colocado pra dentro. Wesley sabia que isso iria acontecer e já calculava usar a situação como discurso contra o “sistema”.
Chapa da morte
Filiado ao PSB, onde velhas raposas da política vão disputar cadeiras na Câmara de São Luis, as chances de ser “dono” do próprio mandato são menores para Wesley. Seria necessário um esforço descomunal e a rendição ao modo tradicional de campanha, comprando votos e usando a estrutura pública “disfarçadamente”. Mas Wesley não é desse tipo. Não o veremos distribuindo peixes e cestas básicas em troca de voto, nem esbanjando dinheiro numa campanha.
Fracasso
Passada uma década de governo Dino/Brandão, o Maranhão ainda ostenta o pior IDH do Brasil. Não é correto afirmar que, enquanto governador, Flávio Dino não tenha se esforçado, através de programas implementados em seu governo, para mudar essa realidade. Assim como também não está errado dizer que Dino falhou miseravelmente. Especialmente ao chegar ao fim de dois mandatos sem preparar um sucessor que pudesse dar real continuidade à ações que só poderiam da resultados significativos a longo prazo
Carreirista
Ao escolher Carlos Brandão como seu candidato a governador em 2022, Dino fez uma opção pessoal e egoísta, pensando unicamente em sua própria carreira, que passou a depender umbilicalmente, naquele momento, da eleição de Brandão. Dino sabia que Brandão não era a melhor opção para o Maranhão e seu povo, mas era sua única saída do labirinto político que ele próprio se meteu ao não preparar caminho para outro sucessor.
Escárnio
Enquanto o Maranhão segue na rabeta dos índices sociais, de emprego, de educação e de renda, o Tribunal de Justiça do Maranhão exibe uma frota de Hilux SW4, comprada com dinheiro do contribuinte, para servir aos deuses da corte maranhense presidida por alguém que já, inclusive, passou pelo posto de governador do estado. Não basta ser a elite do funcionalismo público, com privilégios e regalias de senhores feudais; é preciso esfregar na cara da plebe de modo a escarnecer do povo diante da miséria. Em 2023, o Poder Judiciário custou R$ 133 bilhões ao País. Com esse dinheiro, seria possível, por exemplo, construir 1 apartamento popular para cada habitante de São Luís. Cada homem, mulher, idoso e criança.
Bicho mal
Pouca gente consegue prever o impacto que uma foto de Flávio Dino e Eduardo Braide de mãos dadas pode ser capaz de causar. Mas Dino sabe. E, por isso, não fez nenhum esforço para evitar ser clicado nessa situação com o prefeito de São Luís na última quinta-feira durante missa de Corpus Christi. Flávio é o tipo de homem rancoroso que faz questão de demonstrar desafeição e, certamente, se anteciparia em providências para não ser colocado ao lado de um desafeto em um evento, a não ser que tivesse alguma intenção. Fora de contexto, a imagem abaixo circulará na campanha deste ano, com o potencial de influenciar repúdio de alguns incautos eleitores de Braide. Dino é rejeitados por muitos desses eleitores, que podem se sentir traídos por Braide com essa “aproximação”. Na camisa vestida por Braide, os dizeres “eu vos chamo amigos”.
Incompetente pinóquio
Usuários do transporte público de São Luís se sentiram traídos pelo prefeito Eduardo Braide depois da mentira sobre a extensão do prazo de validade dos créditos do cartão de transporte de 1 para 5 anos. O decreto do prefeito perdeu a validade e vários cartões foram simplesmente bloqueados. Se por ma fé ou incompetência, a prefeitura perdeu prazo de adotar as medidas necessárias e agora tenta correr atrás do prejuízo. Tarde demais, o prefeito acionou a Procuradoria do Município. Já era.
Farinha pouca…
O governador do Maranhão admitiu durante discurso em um palanque que o governo tá devendo fornecedores. Carlos Brandão fez piada com a situação dos HTO cujo contrato não está sendo honrado pelo chefe do executivo estadual. Com o credor do contrato no palco, Brandão prometeu que pagaria “nesta semana”. Ao mesmo tempo, todos os municípios do Maranhão também estão sofrendo calote. Com apoio da própria FAMEM, Brandão deixou de repassar e quer pagar parceladamente as perdas de ICMS as quais os município têm direito.
…meu pirão primeiro
Tudo acontece em meio ao aumento de salários do primeiro escalão do governo do estado. O governador aumentou seu próprio salário mais que o dobro. No mesmo barco estão vice-governador e secretários de estado, para os quais além de não ter calote tem salário dobrado.
Vaga de emprego
O ministro das Comunicações do governo Lula, o maranhense nepobaby da política Juscelino Filho, tá precisando de motorista, viu? De acordo com o edital, Juscelino é tratado como “autoridade máxima” que precisa de motoristas com “criatividade”, “altruísmo”, capacidade de “negociação”, “elaborar textos”. O titular desta coluna até se habilitaria para tentar conseguir a vaga, o problema é a exigência do traje: “paletó preto com ombreiras”. Ah, e no caso de mulher, Juscelino exige que use “meia-calça”, viu?