Ponte de madeira está caindo aos pedaços e é o único acesso ao povoado quando a maré está cheia
O povoado Arpoador, no município de Tutoia, é o mais movo frisson turístico na Região dos Pequenos Lençóis, no Delta das Américas. Distante cerca de 12 quilômetros da sede do município de Tutoia, o único caminho até a antiga vila de pescadores é pela praia, e o acesso se dá por uma ponte de madeira, já velha, caindo aos pedaços e causando medo e insegurança. Veja o vídeo:
Apesar de inúmeras tentativas de contato e pedidos junto à prefeitura de Tutoia, o prefeito Diringa ignora completamente a situação. Na verdade, não somente em relação à ponte, mas a diversos outros problemas que necessitam da intervenção do poder público.
Considerado hoje o melhor do lugar do mundo para a prática do kitesurf, o Arpoador se transformou no destino preferido para praticantes desse esporte. Brasileiro e estrangeiros movimentam a região na alta temporada de ventos, fazendo com que isso gente renda, empregos e oportunidades para cidadãos de Tutoia e especialmente do Arpoador, que enxergam no turismo uma forma diferente de sustentar suas famílias.
Mesmo assim, falta infraestrutura, e o que lá existe, hoje, foi feito pelos empresários que investem, com muita dificuldade, na região. Aliás, a única intervenção realizada pela prefeitura foi acionar secretarias municipais para cobrar impostos de ocupação de solo, taxas de licença ambiental e alvarás de construção dos empresários.
A prefeitura não oferece fornecimento de água aos moradores, que, costumeiramente, são vistos com baldes na cabeça, carregando água de poços, muitas vezes construídos pelos empresários, que precisam fazer toda a tubulação para ter água.
O lixo se acumula em diversos pontos, prejudicando as belíssimas paisagens locais. Muito do esgoto produzido ainda é jogado nas chamadas primitivas fossas negras, gerando impacto ambiental e contaminando poços, sem que a prefeitura crie nenhum tipo de programa para ajudar os moradores a mudar essa situação.
Na época das chuvas, assim como as lagoas das dunas se enchem e transformam o cenário numa das mais belas paisagens, dentro do povoado moradores enfrentam dificuldades e precisam atravessar as ruas com as pernas dentro d’água. Alguma ruas ficam inacessíveis por falta de pontes, e alguns locais precisam da intervenção dos próprios moradores para garantir passagem.
A energia elétrica do local é monofásica, de péssima qualidade. Em algumas residências não se pode sequer ligar um geladeira, pois o eletrodoméstico não funciona. O prazo para a implantação de uma nova rede elétrica pela equatorial já venceu e os postes constituam jogados à beira da praia, enquanto a demanda no Arpoador cresce.
Quando ocorre algum problema na rede elétrica, a equatorial é acionada, mas chega a demorar até 72h para se deslocar ao povoado, forçando os próprios moradores e empresários locais a contratar não de obra para resolver a situação. Quando a equipe da equatorial chega, não existe mais o problema.
O governo do estado também não tem feito muita coisa pelo povoado. No melhor estilo pão e circo, instalou apenas um Portal pouco antes da ponte de acesso ao Arpoador e fez calçamento de bloquete em torno da praça, e só. A estrutura do portal é de ferro, instalada na beira da praia. Em breve, deve apresentar corrosão.
Agora, mais uma vez, os empresários e moradores organizados através da Associação, tentam arrecadar recursos para reformar ou construir uma nova ponte. Mais uma vez o prefeito Diringa foi procurado, mas, ignora a demanda e ainda da chá de cadeira no presidente da Associação sem sequer recebê-lo.
O turismo é a maior indústria geradora de empregos e poderia transformar a vida dos moradores de Tutoia e do Arpoador, mas é tratado com descaso pela Prefeitura da Cidade, pelo governo do estado e pela Equatorial.
É lindo falar do Arpoador belo e acolhedor, do Arpoador de gente simples e humilde, extremamente prestativa e receptiva, do Arpoador de belas paisagens com dunas, lagoas e praias apaixonantes. Mas é preciso também falar do Arpoador que é ignorado pela prefeitura, pelo governo do estado e pela equatorial.
Veja como é o acesso pela ponte com a maré cheia, numa imagem de cerca de dois anos atrás, quando a ponte ainda estava minimamente trafegável.