UQ! Colunaço do Cappêta 22/10/23

TBT Dominical

O ano era 2012. Embalado pela campanha, Holandinha prometia construir 25 creches em São Luis. Em 2016, o então prefeito foi para a reeleição sem cumprir o prometido e já não poderia pois perdera os recursos federais para as obras. 11 anos se passaram, São Luís continua sem ter 25 creches, e Holandinha pontua bem em pesquisas para a disputa de prefeito de 2024.

Sticker distribuído na campanha com Holandinha e Roberto Rocha, o vice.

Palavras certas

Muita gente da política lembra dos bastidores da escolha por Holandinha para concorrer à prefeitura de São Luís pelo grupo de Flávio Dino. O público, no entanto, sequer faz ideia. Edivaldo não era o que melhor pontuava, mas pesquisas apontavam um potencial crescimento. Entretanto, o que, de fato, definiu a escolha de Jr. foi a seguinte frase dita por ele a um interlocutor que articulava a escolha entre os pré-candidatos do grupo: “se eu for eleito, o prefeito vai ser Flávio Dino”. Touché! Era tudo que precisavam: alguém disposto (ou pelo menos inclinado) a um papel de marionete. A coluna sabe a quem foi dito, sabe onde foi dito, e já escutou da própria boca de quem ouviu Edivaldo dizer isso.

Edivaldo e seu tutor

Jr. Dinovo

Derrotado por João Castelo na disputa pela prefeitura de São Luís em 2008, Flávio Dino virou “prefeito de São Luís” via Edivaldo Jr. em 2012, quando “impediu” a reeleição de João Castelo. Foi a primeira vez que um prefeito de São Luís não foi reconduzido ao cargo. Após 8 anos, e já sentado na cadeira de governador, Dino não foi capaz de eleger um novo preposto para comandar a Capital, tendo sido derrotado por Eduardo Braide em 2020. Agora, em 2024, quer repetir 2012 com outro “Jr”, e impedir a reeleição de Braide. Só que Eduardo não é João.

Escassez?!

E a prefeita de Araioses, Luciana Trinta, eleita pelo PC do B em 2020, que outro dia tava reclamando de falta de recursos na prefeitura? Ela tava ao lado do presidente da Famem liderando um protesto e uma “greve” de prefeitos por alegada queda no FPM. E não é que a mulher resolveu fazer um monte de show em Araioses com dinheiro público? É, parece que não tá faltando dinheiro, não, né, prefeita? Como será que está a saúde no município, hein? Tem merenda na escola? Tem água na Zona Rural?

Luciana Trinta foi eleita pelo partido de Dino

Eacassez II

No embalo da incoerência, o próprio presidente da Famem contrata show com dinheiro público mas reclama que falta recursos na prefeitura de São Mateus. Ivo Rezende tá sempre indo à Brasília com o pires na mão reclamar dos repasses federais, já realizou cortes de pessoal na prefeitura, mas pra fazer show com dinheiro público a mão sabe o caminho do bolso do contribuinte.

Flávio Fino cumprimenta Ivo Rezende

De novo?

Vez por outra, o prefeito da cidade de Pinheiro se vê envolvido na acusação de superfaturamento em compras da prefeitura. Esta semana, o prefeito Luciano Genésio adiou uma licitação com indícios de superfaturamento após os dados do pregão vazarem. A compra de material escolar prevê o pagamento de R$ 1.528,00 por uma carteira escolar, um item que pode ser encontrado facilmente por qualquer um ao preço de R$ 300,00 para compra no varejo. O Ministério Público Federal já havia apontado o prefeito de Pinheiro como líder de organização criminosa após rombo que ultrapassa R$ 10 milhões. Foi alvo de operação da PF suspeito de integrar uma organização criminosa que praticava fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na cidade de Pinheiro. Já chegou a ser afastado da prefeitura.

Luciano foi eleito com apoio de Dino

Vergonha

Na cidade de Miranda do Norte, servidores da prefeitura estão passando vergonha ao tentar utilizar o “cartão do servidor”. Lançado em 2021, o cartão permite (ou deveria) ao funcionário efetivo realizar compras no comércio local em estabelecimentos credenciados. Acontece que a prefeita Angélica não fez os repasses necessários e os cartões foram bloqueados, levando os usuários ao constrangimento na hora de usar o benefício.

Bloqueados, cartões fazem servidores passarem vergonha.

Saudades

Após a crítica levantada por esta coluna de que, assim como Sarney, a ascensão de Dino ao centro do poder em Brasília pouco resultado produz para o Maranhão, o ministro da Justiça resolveu se mexer para parecer que está fazendo algo pelo estado, inclusive em relação à problemas que não teve a capacidade de resolver quando governador. Dino anunciou investimento federal de R$ 360 milhões na BR 135. Só esqueceu de dizer que se trata de um projeto do ex-senador Roberto Rocha, qua classificou o ex-aliado como “cara de pau”.

Dino e Roberto Rocha foram eleitos juntos em 2014

Saudades II

Apesar de ser um dos principais responsáveis pelo colapso do sistema de transporte aquaviário do Maranhão, Flávio Dino agora quer resolver o problema à força, com uma espécie de intervenção do governo federal no ferryboat. Quem analisar friamente cronologicamente todas as ações do governo Dino em relação ao serviço de transporte marítimo, chegará facilmente à conclusão de que foi o governo Dino que levou o sistema ao caos. Dino pretende, agora, liderar a discussão sobre aprimoramentos no sistema de transporte aquaviário administrado pela Emap.

02/2020 – Governo Dino anuncia intervenção em empresa. Resultado foi desastroso.

Vaidade abalada

Acostumado a ser sempre o “melhor” em tudo, o ministro Flávio Dino tem visto sua couraça de “bonzão” arranhada. Até que começou bem no governo Lula, mas cedo a aura se desfez e a expectativa se transformou em decepção. Dino sofre críticas dos próprios aliados em sua atuação no Ministério da Justiça, foi pessimamente avaliado dentro do Congresso e agora figura com a terceira pior avaliação, segundo o instituto Paraná Pesquisas, dentre os auxiliares de primeiro escalão do governo. Esse não é o cenário ao qual está costumado o ministro. E, por isso, reage, até de maneira açodada, na tentativa de passar a imagem de que, sim, ele é o “melhor do melhor do mundo”. Até agora, só exerce o jus esperniandi.

Poxa, Dino

Mistério

Por que, mesmo insistentemente indicando que o secretário executivo do Ministério da Justiça é caloteiro e perseguidor de políticos e jornalistas do Maranhão, o “cachorro” de Flávio Dino não ingressa com um processinho na Justiça contra o titular desta coluna? Simples. Ricardo Cappelli sabe o que fez no verão passado.

Cappeli “cachorro” de Dino.

Bora se Limpar

Alô, prefeito Eduardo Braide. A terceirizada Maxtec ainda não se coçou pra pagar salários dos trabalhadores que prestam serviços nos Hospitais Municipais. Quinto dia útil já passou faz tempo, final do mês chega já, já, e o trabalhador tá urrando. Dá uma força aí, prefeito.

Deu ruim

Quando você se sentir um trouxa, lembre-se que foram os próprios bolsonaristas que pediram a CPMI do 8/01, que se transformou eu um belíssimo tiro no pé. O primeiro indiciado no relatório da “CPMI do golpe” foi o Mito da Democracia. A relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama classificou os atos como “tentativa premeditada de golpe de estado” e pediu o indiciamento de mais 60 pessoas ao lado do ex-presidente.

Viciados

A estratégia do governo Lula para constranger consumidores que andam reclamando da taxação de comprinhas da China é chamar todo mundo de “viciado”. A palavra está presente em manchetes de todos os portais que recebem dinheiro e release da Secom do Lula. A narrativa é de que o governo estaria freando o consumismo exagerado e fazendo com que esses “viciados” agora possam se controlar.

Pagar pra ser roubado

Enquanto isso, toda e qualquer compra, de qualquer valor, está sendo retida na alfândega em Curitiba para pagamento de taxas de importação, desrespeitando a regra legal de 50 dólares. Pior ainda é, mesmo depois de pagos os impostos, as compras permanecem retidas, e algumas são extraviadas e jamais entregues pelos Correios. Há imbecís aplaudindo. Gado é gado, não importa o lado. Sempre vai mugir, mesmo levado ao matadouro.

Pra encerrar, mais um TBT. De quando o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, achava “preocupante retirar os cobradores de ônibus!” O Braide que não era prefeito, dizia que, “além do desemprego, causa uma sobrecarga de trabalho aos motoristas”. O então deputado que queria ser prefeito pedia que a decisão de retirada dos cobradores fosse revista. O Braide de agora, o prefeito, aceita numa boa a retirada desses trabalhadores.

Braide mudou ou isso é apenas o que é a política?

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