Pau-mandado, interventor do DF deveria responder ao presidente, não ao ministro da Justiça

Ao ser nomeado interventor do Distrito Federal, o jornalista Ricardo Cappeli, ex-secretário de Comunicação do Maranhão, postou no Twitter que tem seguido “orientações do ministro Flávio Dino”.

Sem nenhuma experiência em Segurança Pública, o jornalista foi indicado para a função exatamente por fazer com fidelidade tudo que Flávio Dino manda, e, ao externar isso na rede social, mostra que, além de ocupar a função apenas por esse motivo, deturpa completamente o decreto que o elevou ao cargo de interventor, pois deveria estar subordinado exclusivamente ao presidente da República.

No governo Temer, quando houve intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro, em 2018, o interventor foi o general Braga Netto, militar de carreira e com vasto conhecimento na área de Segurança.

Com Cappeli agindo como pau-mandado de Dino, abre-se, portanto, margem para que sua nomeação como interventor seja vista com desconfiança política e com possibilidade de questionamento jurídico.

Quaisquer medidas tomadas no DF pelo interventor deve ser encarada como uma medida tomada pelo próprio Flávio Dino. Primeiro porque o interventor não sabe nem pra onde vai o assunto Segurança Pública, segundo porque sempre foi um pau-mandado de Dino mesmo.

Seria necessário, portanto, a nomeação de alguém com a capacidade técnica da área intervencionada, se reportando apenas ao presidente da República. Com Cappeli, quem, de fato, é interventor é Dino.

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